quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uma poesia do grande poeta António Ramos Rosa, falecido recentemente e cujo funeral se realizou hoje.
António Ramos Rosa é um dos poetas que mais admiro.

Estar Só é Estar no Íntimo do Mundo

Por vezes cada objecto se ilumina
do que no passar é pausa íntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
E estar assim tão breve e tão profundo
como no silêncio de uma planta
é estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
E é astro imediato de um lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo



10 comentários:

  1. Respostas
    1. Sim, sem dúvida. Ramos Rosa era capaz de colocar o Universo nos seus versos.

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  2. Espero que tenha aproveitado as férias, amigo. Voltas com a a homenagem ao grande poeta Antonio Ramos Rosa que nos deixou. Mas somos herdeiros da sua poesia.
    Grande abraço,

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    1. Ah sim caro José Carlos. Considero-me um herdeiro da poesia de António Ramos Rosa.

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  3. Has regresado, Antonio!
    Este poema me lleva a la poesía esencial.
    Un saludo

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    1. Hola Elsa, gracias.
      Si Ramos Rosa era un poeta de la essencia y de lo essencial.

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    1. Sem dúvida Piedade, mais do que merecida, face à grandeza da sua poesia.
      Bom início de fim de semana.

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