Uma poesia de Francisco Manuel de Mello:
Saudades
Serei eu alguma hora tão ditoso,
Que os cabelos, que amor laços fazia,
Por prémio de o esperar, veja algum dia
Soltos ao brando vento buliçoso?
Verei os olhos, donde o sol formoso
As portas da manhã mais cedo abria,
Mas, em chegando a vê-los, se partia
Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso?
Verei a limpa testa, a quem a Aurora
Graça sempre pediu? E os brancos dentes,
por quem trocara as pérolas que chora?
Mas que espero de ver dias contentes,
Se para se pagar de gosto uma hora,
Não bastam mil idades diferentes?
Hermosa poesía
ResponderEliminarcoronada por una palabra que solamente existe en el portugués y en el gallego y que como dijo Paulo Coelho no tiene tradución a ninguna otra lengua
É verdade, e é uma das palavras que mais dificuldades oferece para ser traduzida.
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