sábado, 5 de outubro de 2013

Uma poesia do poeta Árcade Paulino António Cabral, mais conhecido por Abade de Jazente (1719-1789), a que muitos atribuem este soneto,  embora também seja atribuída a Bocage:

Soneto da da Dama cagando

Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Porém o ver cagar a formosura
Mete nojo à vontade mais gulosa!

Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura;
Uma carta d'amores de alimpadura
Serviu àquela parte malcheirosa:

Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito d'amor que lisonjeiro
Afetos move, corações incita:

Para o ir ver servir de reposteiro
À porta, onde o fedor, e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro!

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Bem merecia o Abade de Jazente menção aqui no blog, pois não se livra da fama da autoria deste soneto.
      Bom fim de semana.

      Eliminar
  2. António Eduardo...é isso mesmo?rs... Beijo e bom domingo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por vezes é necessário colocar poesias assim. Fazem parte de um legado muitas vezes menosprezado da Poesia portuguesa.
      Bom fim de semana.

      Eliminar
  3. Não conhecia.
    Gosto de poemas marginais.
    Beijos!!

    ResponderEliminar