quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Reponho uma poesia do poemário Que de dentro não se vê:


Mote para uma folha que caiu, amarela, de uma árvore

Porque era Outono, quiseste abandonar,
colorindo de amarelo o espaço por onde voavas,
o espaço verde e quente, onde a seiva te habitou.

Porque era Outono, e quiseste voar
como se fora Primavera, como se fosses brincar
com a tua primaveril cor, beijando o chão

Porque era Outono, voavas ao vento
que te levava para longe e te enganava
com seu manso murmúrio

Porque era Outono, apenas Outono
e eras apenas uma folha amarela
mansamente caíste no chão

António Eduardo Lico

6 comentários:

  1. um poema ao Outono, que ficou muito belo.

    porque era Outono apenas, o Poeta acordou

    um beijo

    :)

    http://olharemtonsdemaresia.blogspot.pt/

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  2. Obrigado Piedade, pela visita e comentário.
    De certa forma a folha acordou o poeta...
    Beijo

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  3. António, em primeiro lugar, gostaria de agradecer a visita e comentários em meu blog. Fico muito orgulhoso com isso! Vim ler-te e me deparei com algo fantástico, e agora tenho o desejo de ler todos os teus versos. Tenho um apreço muito grande por vocês, aí além-mar, pela forma como constroem os versos e as musicalidades dessa língua que, pra mim, nasceu pra poesia. É um prazer imenso ler coisas boas, pra nos livrarmos dessa vida tão hodierna.

    Um abraço!

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    1. Obrigado Renan pelas suas palavras.
      É verdade, a poesia pode livrar-nos do quotidiano tão aborfrecido em que vivemos.
      Bom fim de semana.
      Abraço.

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  4. "Debido a que era otoño" han surgido unos versos bellísimos de sensibilidad y contemplación...
    Felicito esa magia...

    Abrazos desde Chile!

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    1. Gracias Maritza.
      Escribo algunas palabras y algunas veces ellas se llenam de poesia.
      Buen fin de semana.

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