sábado, 13 de abril de 2013

Uma poesia de António Gedeão:

Soneto

Ao Luís Vaz, recordando o convívio da nossa mocidade

Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção falar concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer aos olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arreceio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.

4 comentários:

  1. como é bom apreciar um belo e perfeito soneto...bju de obrigada

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    1. Sim, Luna, O António Gedeão, era um grande poeta, e este soneto é belíssimo.
      Abraço.

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  2. "A mor é um mal que mata e não se vê"
    Um abraço

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    1. Sim, é isso mesmo. Este é um belo soneto.
      Bom Domingo.
      Abraço.

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