segunda-feira, 14 de abril de 2014

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:

Soneto da manhã obscura

 Procuro da manhã o doce orvalho
Com que possa matar a minha sede
Que da infinita noite procede
Como secreto porto onde encalho

Oh gnóstica manhã onde eu talho
O que a minha boca não me pede
E nem o deus antigo intercede
E faz macio o chão em que batalho

Oh noite portentosa e magnífica
Ardes e consomes-te como sonho
Que cada manhã em vão certifica

No meu canto agudo e medonho
Que de ser vão mas claro, dulcifica
O fresco orvalho que me imponho

António Eduardo Lico

10 comentários:

  1. Que magnifico soneto, meu caro! Fez-me lembrar Antero, pois depreende-se no poema a relação eu/mundo.
    Abraços, caro amigo,

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    1. Obrigado caro amigo. Sim, é verdade, essa relação eu - mundo está presente no soneto.
      Boa semana.
      Abraço.

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  2. Seguro que con la esperanza siempre será todo más bello.

    Muchos besos.

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  3. Leyéndolo en idioma portugués me ha parecido mucho más bello tu soneto, no se pierde la rima original.

    Abrazos.

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  4. Gracias Rafael y como sabes en el soneto la rima es fundamental.
    Abrazos.

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  5. a manhã pode estar obscura, mas novos voos se levantam...

    :)

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  6. Um excelente soneto com um magnífico começo: "Procuro da manhã o doce orvalho
    Com que possa matar a minha sede".
    Abraço e boa Páscoa.

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