domingo, 20 de janeiro de 2013

Reponho uma poesia do poemário Sombras luminosas:


Um Olhar Sobre a Chuva

Com olhar inexistente
olho a chuva que cai no chão
para além da vidraça

A chuva cai sempre com graça.
Vê-la através de uma janela
líquida e insubstancial

a chuva, substância imaterial
que está para além do olhar
e para além de todas as janelas.

Redondas, as gotas, são elas
que tecem a estranha harmonia
da música que tocas ao beijar o chão

para aquém da vidraça, em vão
tento adivinhar-te caindo
com olhar inexistente

António Eduardo Lico

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