terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Uma poesia de António Franco Alexandre:

XIII

Anda, vou-te mostrar a terra

dos teus pais, avós, antepassados

tão antigos que os podes escolher.

Este aqui é noé, de barba por fazer;

meteu na arca puro e impuro, bem e mal,

inventou o vinho, homem melhor

da sua geração ( não é grande elogio ),

teve filhos, netos, é de crer que morreu.

Estoutro, não sei bem, era pirata na malásia.

Vês as colinas? São tuas, quando

as olhas a direito. Realmente tuas,

parte de um mundo teu.

Sim, isso são filosofias,

tens razão. ( E tem graça ao ter razão ).

Anda daí, vou mostrar-te o colete de forças

onde era costume, sabes, tratar casos assim.

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