Um Olhar Sobre a Chuva
Com olhar inexistente
olho a chuva que cai no chão
para além da vidraça
A chuva cai sempre com graça.
Vê-la através de uma janela
líquida e insubstancial
a chuva, substância
imaterial
que está para além do olhar
e para além de todas as janelas.
Redondas, as gotas, são elas
que tecem a estranha harmonia
da música que tocas ao beijar o chão
para aquém da vidraça, em vão
tento adivinhar-te caindo
com olhar inexistente
António Eduardo Lico
A chuva a permitir este voo lírico abolindo as fronteiras do tempo entremeado de um pouquinho de metafísica. Um belo poema.
ResponderEliminarAbraços,
A chuva, real ou imaginária, continuará a estimular tentativas poéticas, como a que fiz com esta poesia.
EliminarBom início de fim de semana, meu caro José Carlos,
Abraços