terça-feira, 29 de maio de 2012

Alexandre Pinheiro Torres é o poeta de hoje.
Nascido em Amarante em 1923 e falecido em Cardiff em 1999, Alexandre Pinheiro Torres foi professor, poeta, cronista, romancista, crítico literário.
Exilado em virtude de ter sido proíbido de ensinar em Portugal, acaba por ir para Cardiff onde leccionou da respectiva Universidade. Fundou pela primeira vez na Grã-Bretanha uma disciplina de Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Fundou ainda o Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros.
Fica este poema:

Pode acontecer que já esteja bem morto
quando alguém disser que eu pudera ser grande;
e, então, será inútil o póstumo conforto:
nunca gozarei não ser o pobre Alexandre!

Pode acontecer que as hipócritas dores
que venham trazer ao pé do mausoléu,
perpassem por ele em tão fortes clamores
que façam abrir-me o ferrolho do Céu.

Pode acontecer que eu, então!, tenha o cúmulo
de todas as coisas sonhadas e vãs,
e que, assim, na vida começada no túmulo,
venha a conhecer o esplendor das Manhãs!

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