Ao amanhecer, o mar
Torrencial mar, esse, o
Atlântico.
Está perdida essa tua
rosa-dos-ventos
como gaivota adormecida
na
espuma líquida da tua
geografia.
O teu mais célebre
náufrago,
esse do Restelo, o
Velho,
voga como peixe triste
entre lânguidos corpos
de sereias.
Já não tens
navegadores
de olhar perdido no
horizonte
que te procurem o
Oriente e o Poente,
nem largam ténues
barcas
para indagarem do Sul,
a rosa
quente e promissora que
ocultas,
Existes só e
inexpugnável
roçando acidental
praia
com a tua brilhante
espuma
refulgindo de branco
no obscuro amanhecer
com que te cercam.
António Eduardo Lico
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