segunda-feira, 7 de abril de 2014

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:

Ao amanhecer, o mar

Torrencial mar, esse, o Atlântico.
Está perdida essa tua rosa-dos-ventos
como gaivota adormecida na
espuma líquida da tua geografia.
O teu mais célebre náufrago,
esse do Restelo, o Velho,
voga como peixe triste
entre lânguidos corpos de sereias.
Já não tens navegadores
de olhar perdido no horizonte
que te procurem o Oriente e o Poente,
nem largam ténues barcas
para indagarem do Sul, a rosa
quente e promissora que ocultas,
Existes só e inexpugnável
roçando acidental praia
com a tua brilhante espuma
refulgindo de branco
no obscuro amanhecer
com que te cercam.

António Eduardo Lico

8 comentários:

  1. Oi, António...lembranças de um passado, os marinheiros de outrora te saúdam!
    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É verdade minha amiga; e assim os velhos marinheiros revivem.
      Boa semana.
      Abraço.

      Eliminar
  2. mas o mar está lá(sempre) para nós e em recordação dos nossos marinheiros, para que ninguém se esqueça de Portugal e dos navegadores.
    gostei muito!
    :)

    ResponderEliminar
  3. Os marinheiros já não são os mesmos. Mas o mar é sempre tão belo...
    Abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois não são, Graça, mas o mar continua com a mesma beleza.
      Obrigado pela visita.
      Abraço.

      Eliminar
  4. Ah! este mar tão bem navegado e tão bem cantado, agora pela tua perfeita dicção. Este mar de mármore verde. Este altar onde as ondas vêm orar. De água e jade, este mar.
    Abraços, caro amigo,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É para isso que serve o mar, caro Amigo, para ser navegado e cantado.
      Abraço.

      Eliminar