sábado, 25 de fevereiro de 2012

Falar de Li Bai, o Poeta Imortal, como era conhecido, pode por vezes misturar a realidade e a lenda. Muitas dúvidas e controvérsias subsistem ainda acerca deste grande poeta.
Viveu entre 701 e 762, reinava a Dinastia Tang no Império de Meio.
Restam cerca de mil poemas cuja autoria é atribuível a Li Bai. Contemporâneo de outros dois imensos poetas chineses, Du Fu e Wang Wei, dele disse Du Fu - a sua poesia comove os próprios deuses.
Dele se disse que era um Imortal exilado na terra.
Poeta das imagens extravagantes e intensa imaginação, Li Bai continua a iluminar os caminhos da Poesia.
A poesia aqui transcrita tem tradução de Gil de Carvalho, a primeira, a segunda tem tradução de António Graça de Abreu.
Naturalmente que em posteriores artigos voltarei a colocar poesia de Li Bai.


PENSAMENTOS NOCTURNOS
Diante da cama
Brilha o luar
Que mais parece
Gelo no chão.

Se levanto a cabeça
Contemplo a Lua.
Ao baixá-la
Sonho com a terra natal.

Bebendo ao luar

Um jarro de vinho entre as flores,
bebo sozinho, sem amigos.
Levanto o copo e convido o luar,
com a minha sombra somos três.
Ah, mas a lua não sabe beber,
a sombra só sabe acompanhar meu corpo.
O luar por amigo, a sombra por escrava,
vamos todos fruir a primavera, festejar.
Eu canto e passeiam no ar
os raios de luar.
Eu danço e volteia no espaço
a sombra de mim.
Lúcidos, nós três desfrutámos prazeres suaves,
bêbados, cada um segue seu caminho.
Que possamos repetir muitas vezes
nosso singular festim
e nos encontremos, por fim,
na Via Láctea. 

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