segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:


Soneto da manhã obscura

Procuro da manhã o doce orvalho
Com que possa matar a minha sede
Que da infinita noite procede
Como secreto porto onde encalho

Oh gnóstica manhã onde eu talho
O que a minha boca não me pede
E nem o deus antigo intercede
E faz macio o chão em que batalho

Oh noite portentosa e magnífica
Ardes e consomes-te como sonho
Que cada manhã em vão certifica

No meu canto agudo e medonho
Que de ser vão mas claro, dulcifica
O fresco orvalho que me imponho

António Eduardo Lico

2 comentários:

  1. Parabéns!!!
    Este poema é lindo.
    Parabéns!!!
    Você deveria retirar as letrinhas chatas do comentários.

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    1. Obrigado Janice.
      Creio que agora as tais letras já não aparecem mais.
      Um resto de bom dia.

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