sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma poesia do poemário Este rio que corre sem águas:


Nirvana

 Um peixe não atinge o nirvana
embora viva na água.
As pedras afundam-se
e não têm escamas
e estão na marge de lá
de qualquer nirvana

Nem os peixes do Tibete
chegam perto do nirvana
ou será o problema
da altitude?

Não vou pescar,
não quero distrair
peixe algum da sua via:
a de ser pescado

Se um dia o nirvana
acordar debaixa
da minha cama
hei-de lembrar-me
do peixe riscado
de violeta correndo
veloz para o anzol
como monge
que corre para o nirvana

Este é o meu ensinamento:
quem o seguir não
atingirá nirvanas.
quando muito
poderá contemplar
a outra margem
do rio e olhar os peixes.

António Eduardo Lico

6 comentários:

  1. mas os rios devem ter sempre água!

    o seu poema é muito belo

    um bom final de semana.

    um beijo

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  2. Que Poema fantástico, que blog cheio de cultura...
    Estou seguindo e indicando.

    Será um prazer ter sua presença e opinião em meu humilde blog:
    http://jonathanejonathan.blogspot.com.br/

    Abraços
    Caio

    skype:caiojonathan

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    1. Obrigado Caio, pela visita e comentário.
      Será um prazer visitar o seu blog e segui-lo.
      Abraço.

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  3. Obrigada pela tua visitinha no meu blog, gostei dela, e tamben gosto da peosia, e muito gira o meo portugues é muito mao.

    Un beijinho..

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    1. Gracias Estrella por la visita y comentario. Tu portugues es muy bueno, mejor que mi castellano.
      Buen fin de semana.
      Beso.

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