quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nascida provavelmente em meados dos séc. VII a.C em Mitilene na Ilha de Lesboa, Safo é a poetisa de hoje.
Do pouco que se sabe acerca de Safo, pode dizer-se que nasceu o seio de família abastada, foi contemporánea do poeta Alceu que lhe dedicou várias poesias; esteve provavelmente na Sicília, esteve exilada de Lesboa e regressou. Exerceu considerável influência cultural e artística em Lesboa.
O spoetas seus contemporâneos e posteriores referiram-se a Safo como a maior poetisa que tinham conhecido. Ficou famoso o elogio que Platão lhe dedicou:
Há quem afirme serem nove as musas. Que erro!
Pois não vêem que Safo de Lesbos é a décima?
Da sua poesia chegaram fragmentos, provavelmente porque os copitas da Idade média destuíram o que dela existia por questões de moralidade, visto muitos dos seus poemas tratarem o amor com uma carga erótica grande, o que aos olhos dos piedosos copitas monges da idade média era difícil de aceitar.
Fica a poesia possível:


Igual aos deuses me parece
aquele que, face a face, sentado junto de ti,
escuta a tua voz tão suave,
e esse riso encantador que, juro,
enlouquece no meu peito o coração.
Mal te vejo, um instante que seja,
nem já sequer um som me passa os lábios,
mas a minha língua se resseca,
um fogo sutil de súbito me corre sob a pele,
os meus olhos deixam de ver,
os meus ouvidos zumbem,
cobre-se-me o corpo de suor,
um estremecimento me percorre toda,
torno-me mais verde que a erva.
E parece-me que vou morrer...

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