domingo, 13 de maio de 2012

O poeta de hoje é Odysseus Elytis. Nascido em 1911 na Ilha de Creta. Falecido em 1996.
Abondonou do curso de Direito ela poesia.
Por muitos considerado o poeta do sol, o Helenismo está sempre patente na sua obra.
Áxion Esti (Louvado seja) é a sua principal obra.
Foi galardoado com o Prémio Nobem em 1979.
Fica este poema:

Insónia


Abro a minha boca e o mar se regozija
E leva as minhas palavras a suas escuras grutas
E às suas focas pequenas as murmura
Nas noites em que choram os tormentos do homem.

Abro as minhas veias e enrubram-se os meus sonhos
Transformam-se em arcos para os bairros dos meninos
E em lençóis para as raparigas que velam
Para ouvir às ocultas os prodígios do amor.

Aturde-me a madressilva e desço ao meu jardim
E enterro os cadáveres dos meus mortos secretos
E às estrelas traídas que eram suas
Corto o cordão dourado pra caírem no abismo

O ferro enferruja e eu castigo o seu século
Eu que já experimentei a dor de mil pontas
Com violetas e narcisos a nova
Faca vou preparar que convém aos Heróis.

Desnudo o meu peito e os ventos se desatam
E vão varrer as ruínas e as almas destruídas
Das espessas nuvens limpam a terra
Pra que surjam à luz os Prados encantados.

Tradução de Manuel Resende

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