Mote para uma folha que caiu, amarela, de uma árvore
Porque era Outono, quiseste abandonar,
colorindo de amarelo o espaço por onde voavas,
o espaço verde e quente, onde a seiva te habitou.
Porque era Outono, e quiseste voar
como se fora Primavera, como se fosses brincar
com a tua primaveril cor, beijando o chão
Porque era Outono, voavas ao vento
que te levava para longe e te enganava
com seu manso murmúrio
Porque era Outono, apenas Outono
e eras apenas uma folha amarela
mansamente caíste no chão
António Eduardo Lico
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