domingo, 25 de novembro de 2012

Uma poesia de Inês Lourenço:

Ícaro

Um cão pertence mais á Terra,
aos seus limites, até ao último
rio. Mas ao que vive na casa
em frente, foi dado este nome
volátil. Quando só, ele constrói,
como quase todos os cães,
aquele som agudo de sobrevoar
ausências, que faz do regresso
de qualquer lazarento dono,
o latido solar da alegria.

Sem comentários:

Enviar um comentário