Uma Cantiga da Condessa de Die, séc. XII-XIII, numa tradução de Jorge de Sena:
Cantiga
Grã coita tenho sofrido
Por homem que desdenhei.
Que sempre seja sabido
Quanto o amo e amarei.
É-me agora fementido
Por amor que eu recusava.
E doida eu’stava em vestido
Ou se nua me deitava.
Ai quero ao meu cavaleiro
Apertar às tetas brancas!
O corpo dou-lh’eu inteiro,
Cavalgará minhas ancas!
Cá lh’estou mais que rendida
Flora o foi de Brancaflor,
É todo seu meu amor,
Minh’alma, os olhos, e a vida.
Aí meu amigo velido!
S’em meu poder vos tomar
E convosco me deitar
E d’amor eu vos beijar,
Não há nenhum mór prazer
Que vos ter com’a marido.
Se de vós for prometido
Fazerdes quant’eu quiser.
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