quinta-feira, 13 de junho de 2013

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:


Tuve amor y tengo honor.
Esto es cuanto sé de mi.

(Calderón De La Barca)


Um poema stalinista

Velhos (e novos) trotskistas
gritam com vozes aflautadas
que os stalinistas são muito maus.
Jovens intelectuais trotskistas
sonham, em segredo ser possuídas
por velhos e empedernidos stalinistas.
Os velhos (e novos) trotskistas
gritam sempre com vozes aflautadas,
e gostam de fingir que sabem tudo.
Até fingem que sabem geografia!
Um velho trotskista, Wolfowitz,
(não faltará quem diga que é novo)
mais polaco que americano, contudo americano,
(os polacos gostam de ser americanos),
Que o diga Brzezinski!
Dizia (Wolfowitz): eu sei onde é o Afeganistão!
O Afeganistão é a nossa geografia,
Queremos o Indo Kush! E a Ásia Central!
Ungiu de trotskismo, Cheney e Rumsfeld.
Bush não fui ungido.
Foi ungido noutra internacional;
Escapou por pouco à unção de Wolfowitz.
Verão como a Babilónia
faz parte da mossa geografia,
eu sou Nabucodonosor,
e vou reconstruir os jardins suspensos
e vou tornar trostkista o Afeganistão,
clamava com voz de Quarta Internacional!
Alexandre, O Grande Alexandre
Devia ignorar por completo
Os delicados meandros da Revolução Permanente,
E deve ser um dos precursores do stalinismo;
para além de tudo, venceu no Indo Kush.
Genghis Khan, esse soldado alado da estepe
devia ser completamente ignorante
das magnas assembleias da Quarta Internacional
e dos intelectuais de barbichas e óculos,
pois venceu no Afeganistão, e chegou à Hungria;
o que diria Lukacs se fosse vivo!
O que diriam os velhos e graves filósofos,
Perceptores de Alexandre?
Vou deixar a gravidade destes versos
e vou fazer como os velhos poetas:
cantar as flores, o vinho, e as mulheres:
com o tempo, escolho a ordem certa.

2 comentários:

  1. assim fazia Omar Kayan...porque tudo é efêmero vamos à poesia, ao vinho e às amadas.
    Um abraço

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