Uma poesia de Jorge Barbosa:
POEMA DO MAR
O drama do Mar,
O desassossego domar,
sempre
sempre
dentro de nós!
O Mar!
cercando
prendendo as nossa Ilhas!
Deixando o esmalte do seu salitre nas faces dos pescadores,
Roncando nas areias das nossas praias,
Batendo a sua voz de encontro aos montes,
baloiçando os barquinhos de pau que vão Poe estas costas...
O Mar!
pondo rezas nos lábios,
deixando nos olhos dos que ficaram
a nostalgia resignada de países distantes
que chegam até nós nas estampas das ilustrações
nas fitas de cinema
e nesse ar de outros climas que trazem os passageiros
quando desembarcam para ver a pobreza da terra!
O Mar!
a esperança na carta de longe
que talvez não chegue mais!
O Mar!
Saudades dos velhos marinheiros contando histórias de tempos passados,
Histórias da baleia que uma vez virou canoa...
de bebedeiras, de rixas, de mulheres,
nos portos estrangeiros...
O Mar!
dentro de nós todos,
no canto da Morna,*
no corpo das raparigas morenas,
nas coxas ágeis das pretas,
no desejo da viagem que fica em sonhos de muita gente!
Este convite de toda a hora
que o Mar nos faz para a evasão!
Este desespero de querer partir
e ter que ficar!
António, gostei deste mar, e fico sempre em extase (lol) quando descubro um novo poeta, nao conhecia, minha ignorancia, mas deixarade o ser.
ResponderEliminarKandandu
Uma bela poesia e um belíssimo poetga de Cabo Verde.
EliminarAbraço.
Sim, apercebi-me da origem caboverdiana, a Morna...
ResponderEliminarVou levar o poema para Cores & Palavras e um dia deste publico-o.
kandandu
Merece a honra, pois é um poeta com sensibilidade e estilo.
EliminarAbraço.