Miguel Torga, mais a personalidade que o autor, serve várias controvérisias. Abundantemente cidado pelos politiqueiros que vão poluindo Portugal, mas sempre com cuidado com o que citam.
Vale a pena citar aqui ditos de Torga que os politiqueiros de Portugal evitam citar, e mais, desejariam que nunca outros os lembrassem:
ORFEU REBELDE
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou beleza.
Vale a pena citar aqui ditos de Torga que os politiqueiros de Portugal evitam citar, e mais, desejariam que nunca outros os lembrassem:
- A política é para eles (os políticos) uma promoção e, para mim uma aflição
- Falando acerca da regionalização, Torga afirma - O mundo a braços com o drama das diversidades e nós, que há oitocentos anos temos a unidade nacional no território, na língua, nos costumes e na religião, vamos desmioladamente destruí-la?
- Sobre a temática ligada à União Europeia é manifestamente contra e não se exime a afirmar: É o repúdio de um poeta português pela irresponsabilidade com que meia dúzia de contabilistas lhe alienaram a soberania(...) e Maastricht há-de ser uma nódoa indelével na memória da Europa.
ORFEU REBELDE
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou beleza.
Sem comentários:
Enviar um comentário