quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Duas poesias que escrevi entre 2006 e 2007, sendo uma em inglês, a segunda que escrevi nesta Língua.


Orquídea

Bela, a orquídea no orquidário.
Não sabe que é bela
e é feliz assim,
bela, sem saber que é bela
feliz sem saber que é feliz.
É bela a orquídea no orquidário
sem saber que está no orquidário.

As orquídeas que não estão no orquidário
não são belas. Não estão no orquidário,
não sabem que não estão no orquidário
e não são belas, nem sabem que não são belas.
E brincam de se colorirem de cores, indiferentes.
E brincam de se vestir com perfume, indiferentes.
E brincam de não saberem, nunca sabem,
que não estão no orquidário.
E brincam de serem belas, sem saber que não são belas
as orquídeas que não estão no orquidário.

As orquídeas foram criadas para os orquidários.
As outras orquídeas, as que não conhecem o orquidário
não são orquídeas, são apenas flores.


Padington

At Padington, the train was a blue bird
flying on the grey walls.
The train whistle sounded,
hoarse and melancholy, leaving his steel cage.
At Padington, time stopped on the grey walls
and flew with the long good-bye of the blue bird.

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