O acaso encontra-se hoje com António Ramos Rosa. Nascido em 1924 em Faro, é uma das grandes vozes da poesia contemporânea, e falo a nível planetário.
O rigor da sua poesia, a busca interminável da palavra certa, do verso que uma poesia requer.Agraciada com diversos Prémios, a singular e vasta obra poética de António Ramos Rosa cintila na constelação da Poesia actual.
Deixo uma poesia da seu livro Poemas Nus (1953-1958)
ESTOU COMO SE NÃO HOUVESSE MAIS PARA DIZER
Estou como se não houvesse mais para dizer que uma
[palavra
uma interminável palavra
no interminável silêncio
Estou como um cavalo esquelético à beira dum horizonte
perdidos todos os caminhos
Estou no entanto familiar
e rodeado de presenças
Escavo no chão absurdo
e uma pedra dá-me confiança
Na solidão da terra encontro
como o vestígio dum segredo
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