O Velho no Parque
é por inconformismo
que venho aqui sentar-me
neste parque mais velho do que eu
há um raio de sol que me conhece
e vem lamber-me as mãos quando
me vê
de resto não suporto este verde molhado
este romper de brancos e amarelos
sei de memória as vozes quotidianas
e atento aguardo a noite
que as sossega
a minha noite
pássaro sem asas
onde abrigar a célere cabeça
os meus navios afundei-os todos
ante um luar puríssimo humilhado
ó meu país
ó mapa desdobrado sobre a areia
não sei porque te invoco ó sepultura
aberta e saqueada
existes só no espaço em que te habito
aqui
numa praia distante entre as rochas e conchas
que me ferem os pés e me fazem sofrer
invoco-te e és real medonho e
impossível
ó flâmula hasteada
ó marinheiro triste nos porões
neste parque mais velho do que eu
há um raio de sol que me conhece
e vem lamber-me as mãos quando
me vê
de resto não suporto este verde molhado
este romper de brancos e amarelos
sei de memória as vozes quotidianas
e atento aguardo a noite
que as sossega
a minha noite
pássaro sem asas
onde abrigar a célere cabeça
os meus navios afundei-os todos
ante um luar puríssimo humilhado
ó meu país
ó mapa desdobrado sobre a areia
não sei porque te invoco ó sepultura
aberta e saqueada
existes só no espaço em que te habito
aqui
numa praia distante entre as rochas e conchas
que me ferem os pés e me fazem sofrer
invoco-te e és real medonho e
impossível
ó flâmula hasteada
ó marinheiro triste nos porões
Luís Amorim de Souza sabe aprisionar o tempo e a memória. Belíssimo poema.
ResponderEliminarAbr.,
Sim José Carlos. Eu conhecia muito pouco deste poeta, e de facto a poesia dele merece muita atenção.
EliminarAbraço.