Uma poesia de Vidal, Jogral de Elvas. Transcrição para português moderno de Natália Correia:
Formosinha de Elvas
e traz-me desesperado
alguém que dá gosto ver
e de corpo bem talhado,
por quem a morte hei-de ter
como cervo lanceado
que se vai do mundo a perder
da companhia das cervas.
Antes ficasse sandeu
ou me embruxassem com ervas
no dia em que me apareceu
a tal formosinha de Elvas.
Mais a morte me convém,
pois da sensatez me queixo
de quem desejo não tem
de matar o meu desejo
e me parece tão bem
que cada vez que a vejo
me lembra a rosa que vem
saindo por entre as relvas.
Antes ficasse sandeu
ou me embruxassem com ervas
no dia em que me apareceu
a tal formosinha de Elvas.
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