sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Reponho uma poesia do poemário Este rio que corre sem águas:


Caligrafia

A minha caligrafia íntima
nunca escreveu versos
metafísicos.
Seguramente, filósofos
com vocação de estetas
e que sempre seguram candeias
e vestem mantos verdes
dirão detectar pequenas
partículas esotéricas
na caligrafia que vos apresento.
E assim sendo, está provado
quanticamente.
A minha letra mais íntima
não a escrevo; desenho-a
no ar; espero que caia
mansamente e se desvaneça
sem metafísica.

António Eduardo Lico

2 comentários:

  1. Com sua caligrafia maus íntima,
    escreves os segredos em versos.
    Beijos!!

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    1. Obrigado Janice pela visita e comentário.
      Bom fim de semana.
      Beijos.

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