quarta-feira, 26 de março de 2014

Reponho uma poesia do poemário O canto em mim:

Soneto sem Musa 


Eram claros esses teus olhos cheios
De onde manam luzes como fontes
Como alegria vinda dos montes
Que forma frescos e mansos ribeiros

Dos meus olhos sempre foram alheios
De presos em distantes horizontes,
Juízes não eleitos, mas arcontes.
Como rosas brincando de luzeiros

Musa não eras, mesmo que te cante
E os teus olhos tinham doces rosas
Como se a luz fora diamante

Rosas tinham, eu sei, mas angulosas.
Claras, e de perfume tão distante,
Frescas fontes, águas tão amargosas.

António Eduardo Lico

8 comentários:

  1. Un bonito y perfecto soneto el que te ha inspirado esa musa tuya.

    Abrazos.

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  2. Rosas distantes...mas ainda rosas.
    Um abraço

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  3. Poeta, nao tinhas musa mas cá para nós, havia uma musa invisível a teu lado, quando escreveste este belo poema.

    kandandu

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  4. Que bela retórica! E a mão colhendo a musa tão próxima como se fosse uma flor!
    Grande abraço, amigo,

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