Uma poesia de Helder Macedo:
CRUCIFICAÇÃO
O que ofereces não chega.
Tua vontade tem o teu tamanho]
e o corpo que lhe dás é o teu corpo
meu corpo anterior que me usurpaste.
Nem o reino que anuncias pode abrir-se
para ti
mais que os lábios rasgados do meu sexo.
Um parto é sem regresso.
E é já dos outros
a fé que rege o mundo
e que os teus braços breves esticou
num abraço maior do que podias.
Não o teu verbo
mas o teu corpo
eu quero
que nele se transformou o meu poder.
Morre sozinho
Se não crês em ti.
Meu ventre bifurcando lembra ainda
a forma imaculada do teu crânio.
Este é outro poeta que deveríamos ler... sempre.
ResponderEliminarEste é uma pérola.
Abraços, amigo,
Helder Macedo é pouco conhecido, infelizmente.
EliminarMas a sua poética é de grande valor.
Abraços amigo.