quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Reponho duas poesias do poemário Sombras luminosas:


Memórias no vento

Do vento há memórias
que sibilam nas relvas
e ondulam a espuma das ondas
como se fizessem flores líquidas.

Do vento há memórias
que se esquecem, ruídos de verde
músicas nunca tocadas
e essa melancolia que se vai com a tarde.

Oráculo

Precisava de ser o oráculo de mim mesmo
Assim como se tivesse um oráculo dentro de mim
não o de Delfos, hoje não me sinto classicista,
nem me apetece fazer alpinismo no Parnaso;
um oráculo ante-moderno, pelo menos
assim não tenho que dar explicações
pelo menos muitas; algumas terei que dar.
Posso sempre desculpar-me com os labirintos,
os oráculos têm labirintos a que só
os purificados podem aceder.
Se ao menos Pitia vivesse em mim!
Creio que vou acabar o dia a meditar
sobre o Bezerro de Ouro e vou
desistir de traçar o meu destino…oracular.

António Eduardo Lico


2 comentários:

  1. Gracias por entrar a mi blog a conocer mis letras, yo también me quedo descubriendo las tuyas.

    Saludos.

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