quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Reponho uma poesia do poemário Sombras luminosas:


Calendário, uma história breve do meu tempo

Nasci no século vinte
dizem-me as pessoas e os calendários.
As pessoas falam dos calendários,
os calendários, nem por isso.
Não sou excessivamente gregoriano,
nem o sou moderadamente.
Não estou a dizer que não sou gregoriano
Apenas digo que não o sou excessivamente,
nem o sou moderadamente.
Perante o meu próprio calendário
Sou um pied noire, um Mersault
sem justificações para o tempo e os tempos
Que bela bula Gregório XIII expediu! Inter Gravissima.
As bulas são belas, sem o serem
e porque não sabem que são bulas, nem a que se destinam.
Passam o tempo e os tempos
nem o agora me permance.

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