terça-feira, 16 de outubro de 2012

Uma poesia de Urbano Tavares Rodrigues:


Destino

I

Trago na fonte

e estrela do fogo

da minha revolta

Nunca aceitaria qualquer tirania

nem a do dinheiro

nem a do mais justo ditador

nem a própria vida eu aceito...

tal como ela é

com todas as promessas

do amor e da juventude

e a parda doença

de envelhecer

a morte em cada dia

antecipada



II

Na mais lebrega alfurja

ou na cama de folhas macias

da floresta

onde a chuva te adormeceu

há sempre um idamante de sol

cujos raios te penetram de

ventura

ao sonhares a palavra

liberdade



III

Quando a terra poluída

tiver sorvido

toda a água dos lagos e das

fontes

hei-de levar o meu fantasma

até ao porto sonoro

onde a esperança cai a pique

sobre o mar dos desejos sem limite

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