quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Uma poesia do poeta dadaísta chileno Vicente Huidobro, com tradução de Anderson Braga Horta:


Arte Poética

Que o verso seja como uma chave
Que abra mil portas.
Uma folha cai; algo passa voando;
Quanto fitem os olhos criado seja,
E a alma de quem ouve fique tremendo.
Inventa mundos novos e cultiva a palavra;
O adjetivo, quando não dá vida, mata.
Estamos no ciclo dos nervos.
O músculo pende,
Como lembrança, nos museus;
Mas nem por isso temos menos força:
O vigor verdadeiro
Reside na cabeça.
Por que cantais a rosa, ó Poetas!
Fazei-a florescer no poema.
Somente para nós
Vivem as coisas sob o sol.
O Poeta é um pequeno deus.

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