terça-feira, 30 de julho de 2013

Esta brevidade das palavras

Reponho duas poesias do poemário Esta brevidade das palavras:

Quase

Quase o mar, quase um navio.
Quase névoa, quase lágrima.
Quase perdido, o teu olhar, na lonjura.


Pequena canção para uma sombra

Era uma sombra, um sorriso.
Era redonda a lágrima.
Que esculpia melancolia no meu rosto.

António Eduardo Lico

9 comentários:

  1. Respostas
    1. Não são haicais. Eu não faço haicais, não porque tenha algo contra, simplesmente porque não faço.
      Estas pequenas poesias são simplesmente tercetos, aliás uma tradição de muitos poetas europeus.
      Beijos.

      Eliminar
  2. Aunque sigo sin percibir totalmente la motivación justa en tus versos, el encanto que te hizo crearlos (por causa del Traductor), aprecio mucho la sensibilidad que emana de las palabras usadas.
    Un verdadero poeta, creo yo, ha de pasar por las tristezas más a menudo de lo que se quisiera...

    ABRAZO GRANDE,AMIGO.

    ResponderEliminar
  3. Gosto da singeleza nos dois tercetos. Este modo de transfigurar o mundo pela linguagem. Esta hesitação (quase) acentua a conotação do olhar que se afasta no primeiro. E no segundo, as três palavras que reforçam a ideia da sombra contida no título.
    Abraço, caro amigo,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A poesia enquanto olhar sobre o mundo tem sempre algo de experimentação, visto que se exprime pela palavra. Procurei a forma do terceto para essa experimentação.
      Abraço caro amigo.

      Eliminar
  4. Antonio Eduardo, os dois são lindos. Amei! Beijos!

    ResponderEliminar
  5. Essa "brevidade" que chega de mansinho, 'quase' sem chegar e chegando como se fosse 'sombra', mas que se instala em nós e nos toca suave e profundamente!

    um abraço

    ResponderEliminar