segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Uma poesia de António Maria Lisboa:



As formas, as sombras, a luz descobre a noite
e um pequeno pássaro

e depois longo tempo eu te perdi de vista
meus braços são dois espaços enormes
os meus olhos são duas garrafas de vento


e depois eu te conheço de novo numa rua isolada
minhas pernas são duas árvores floridas
os meus dedos uma plantação de sargaços

a tua figura era o que me lembro
da cor do jardim

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