Cobre-me o
corpo com rosas
Quando eu estiver no caixão,
Das mais lindas e viçosas,
Põe-mas sobre o coração.
Quando eu estiver no caixão,
Das mais lindas e viçosas,
Põe-mas sobre o coração.
(Poeta popular
Manuel da Silva
Varejota, sitio dos Funchais,
freguesia de Querença, conselho de Loulé.)
freguesia de Querença, conselho de Loulé.)
Se o meu corpo pudesse
cobrir as rosas
e ser-lhe o coração e
o viço
e o alimento obscuro.
Se o meu corpo pudesse
cobrir as rosas
todas as rosas, como se
jardim fosse
e tivesse todas as
rosas em mim.
Se o meu corpo pudesse
cobrir as rosas
e as rosas fossem em
mim
vida e morte, lenha e
fogo.
Se o meu corpo pudesse
cobrir as rosas
e ser como as rosas –
o silêncio
ou o segredo de se
morrer quando se abre.
António Eduardo Lico
Sem comentários:
Enviar um comentário