Mia Couto é o poeta de hoje.
António Emílio de Leite Couto é o nome que lhe foi dado. O do escritor é Mia Couto.
Biólogo, jornalista, cronista, romancista e poeta, Mia Couto é uma das referências literárias do Moçambique contemporâneo. Filho de emigrantes portugueses que se estabeleceram na cidade da Beira.
Fica esta poesia:
Poema da despedida
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
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