quinta-feira, 1 de maio de 2014

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:

A cal que não fosse ávida de água...

Nunca escrevi versos em que usasse a palavra cal.
Eu sei que nunca tive razões para o fazer,
mas nunca fiz, e assim o digo.
Reconheço que já usei a palavra óxido,
não muitas vezes, mas usei, noblesse oblige.
Usei, já o disse, não para oxidar o poema,
ou provocar outras reacções,
não que eu seja dado ao estudo da química
mas dizem-me que pode haver reacções...
A cal, ao que dizem, é ávida de água
E eu só quero a cal que não é ávida
de água, seja água, água, ou oxigenada;
não digam que estou a usar óxido
neste fazer o poema.
Não sou futurista, nem me corre
nas veias o mais leve ânimo post-moderno,
por isso usei óxido com moderação
e ainda espero a cal que não seja ávida de água.

António Eduardo Lico

6 comentários:

  1. eu já usei essa palavra.
    e as paredes eram pintadas a cal branca.
    um dia todas as palavras fazem-nos falta.
    :)

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    1. Sem dúvida que fazem Piedade. Espero que não sejam perdidas.
      Beijos.

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  2. Usa-se também cal para deixar um doce crocante...não sei como, mas já comi e é bem gostoso conhecido como doce de frutas cristalizado. Conhece?
    Um abraço

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    1. Não conheço, mas deve ser bom.
      Abraço e bom início de fim de semana.

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  3. Creo que tú creas belleza con cualquier palabra que utilices :)

    Beso.

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