terça-feira, 13 de maio de 2014

Reponho uma poesia do poemário Amanhecer obscuro:

Assim falou Zaratustra     

Quando Al Capone procurava
centopeias na Ursa Maior
e sonhava com Obama
a fazer penteados afro na Cassiopeia,
ainda havia filósofos franceses
peritos em silogismos,
e capazes de discursar:
Oh verdes lagartos, tão jurássicos!
como podeis viver
em pleno pós-modernismo?
Se ao menos fossem motards
ao jeito de Hollande!
Mas a nós, a nós meus amigos
quem nos salva da velocidade
fenomenológica de Hollande?
Ai das libélulas tristes
que escutam velhos sábios e santos;
nunca voarão para a luz!
Ai das belas flores ornadas de perfumes
serão para todos e para ninguém!
Do monte surge o sol, dourando
os precipícios de chumbo.
Indiferente, Zaratustra medita.

António Eduardo Lico

4 comentários:

  1. Me gusta como recreeas la historia en tus letras.

    Beso.

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  2. Como pesa e incomoda essa "realidade", fazendo-nos hesitar como as folhas do outono que antes do mergulho fatal ainda ainda balançam no galho da árvore. Belo poema, caro Amigo!
    Abraços,

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