sexta-feira, 30 de maio de 2014

Uma poesia de António Franco Alexandre:

Nesta última tarde em que respiro

Nesta última tarde em que respiro
A justa luz que nasce das palavras
E no largo horizonte se dissipa
Quantos segredos únicos, precisos,
E que altiva promessa fica ardendo
Na ausência interminável do teu rosto.
Pois não posso dizer sequer que te amei nunca
Senão em cada gesto e pensamento
E dentro destes vagos vãos poemas;
E já todos me ensinam em linguagem simples
Que somos mera fábula, obscuramente
Inventada na rima de um qualquer
Cantor sem voz batendo no teclado;
Desta falta de tempo, sorte, e jeito,
Se faz noutro futuro o nosso encontro.

4 comentários:

  1. Linda poesia de um amor platônico...
    um abraço

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  2. O António Franco Alexandre é um dos grandes poetas actuais.
    Bom início de fim de semana minha amiga.
    Abraço.

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  3. Hermoso poema
    y al ser gallega lo entiendo perfectamente.
    Un abrazo

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    1. Sim, o António Franco Alexandre é um dos grandes poetas portugueses da actualidade. Claro sendo galega, podes entendê-lo na perfeição.
      Abraço.

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