quinta-feira, 26 de julho de 2012

Reposição de uma poesia do poemário Que de dentro não se vê:


Mote para uma folha que caiu, amarela, de uma árvore

Porque era Outono, quiseste abandonar,
colorindo de amarelo o espaço por onde voavas,
o espaço verde e quente, onde a seiva te habitou.

Porque era Outono, e quiseste voar
como se fora Primavera, como se fosses brincar
com a tua primaveril cor, beijando o chão

Porque era Outono, voavas ao vento
que te levava para longe e te enganava
com seu manso murmúrio

Porque era Outono, apenas Outono
e eras apenas uma folha amarela
mansamente caíste no chão

António Eduardo Lico

Sem comentários:

Enviar um comentário