quinta-feira, 25 de abril de 2013

Faz hoje 39 anos, aconteceu o 25 de Abril. Era na época um jovem militar a cumprir o serviço militar obrigatório, e pude viver esses momentos intensos.
Saiu-me esta poesia, que integrarei no poemário Amanhecer obscuro:


Um Abril de Abril

 Em Abril, flores mil
Para explodirem
Com o orvalho das madrugadas
E pintarem a tristeza
Das cores que só as flores têm.
Georges, sabes, no meu país
Há tardes de Abril
Que parecem Agosto
E em Lisboa o Tejo
Esse eterno filho de Abril
Casa o seu azul baço
Com o fulgurante azul de céu
E ao longe formam
Uma só linha azul que marca Abril.
Georges, sabes, no meu país
Há flores que nascem antes do seu tempo
Como se quisessem
Vestir Abril de perfumes
E febril alegria
E as moças morenas
Cantam os hinos secretos
De todos os perfumes de Abril.
Sabes, Georges, no meu país
Abril só começa de madrugada
Como se quisesse nascer
do orvalho e tecido pelo
perfume das flores que no meu país
nascem antes do tempo.
Sabes Georges, no meu país
Abril só pode ser Abril.

António Eduardo Lico

4 comentários:

  1. e em lembrança de Abril o autor escreveu um poema belíssimo.

    beijos

    ResponderEliminar
  2. LIndo o seu poema e o que ele representa...momento histórico de tanta esperança. Mas sempre se tem o Abril com suas belezas!
    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado querida amiga.
      Sim, Abril para além da Beleza, possui a Esperança de um mundo melhor.
      Abraço.

      Eliminar