domingo, 14 de abril de 2013

Uma poesia de António Ramos Rosa

As estradas leves

As nuvens, não construídas, engendradas
no repouso, não ideias mas formas
que respiram e caminham e quase falam,
são a fluência de um princípio que não cessa
e tudo o que vai ser, na mais viva iminência.
Assim um deus criaria o espaço puro
no sopro do desejo,
avançando no silêncio como um barco.
Assim, não para construir, mas para abrir
através da sombra, através da cinza,
e para alé, das palavras, as portas indecisas
e que brilhem os signos e as figuras
indecifráveis.

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