terça-feira, 2 de abril de 2013

Reponho uma poesia do poemário Que de dentro não se vê:


Litania (levemente melancólica)

 O tempo desfaz-se e corre,
como areia no verde dos meus dedos.
Regressa sempre, verde, como
os meus olhos, que são castanhos
e nunca serão verdes.
O tempo nunca é verde
quando passa nos meus olhos
que não são verdes.
Verde é a palavra, as palavras
que digo, quando escrevo
e olho com os meus olhos
o verde insondável
dos meus olhos que não são verdes.

António Eduardo Lico

8 comentários:

  1. que belo o olhar desses olhos que não são verdes...

    muito bonito poema!
    Um abraço pra ti

    ResponderEliminar
  2. Olhos verdes, verdes como a esperança.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Es una letanía HERMOSA esta que has creado,Eduardo...arrastra nostalgias, evocaciones, que llegan al alma del lector que pasa por aquí...A mi me han tocado.

    ABRAZOS, Y FELICITACIONES POR TAN LINDOS VERSOS.

    ResponderEliminar