terça-feira, 28 de maio de 2013

Reponho uma poesia do poemário O canto em mim:


Soneto sem Musa


Eram claros esses teus olhos cheios
De onde manam luzes como fontes
Como alegria vinda dos montes
Que forma frescos e mansos ribeiros

Dos meus olhos sempre foram alheios
De presos em distantes horizontes,
Juízes não eleitos, mas arcontes.
Como rosas brincando de luzeiros

Musa não eras, mesmo que te cante
E os teus olhos tinham doces rosas
Como se a luz fora diamante

Rosas tinham, eu sei, mas angulosas.
Claras, e de perfume tão distante,
Frescas fontes, águas tão amargosas.

António Eduardo Lico

4 comentários:

  1. Perfeito o soneto, Antonio. Acho que o Camões também bateria palmas. O lírico.
    Abr.,

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  2. Além da forma o que me agrada é a delicadeza do amor.
    um abraço

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