quarta-feira, 11 de abril de 2012

Camilo Pessanha, nascido em Coimbra em 1867 e falecido em Macau em 1926 é o poeta de hoje.
Clepsidra é o seu único livro. Publicado por Ana de Castro Osório, salvou porventura a poética de Camilo Pessanha do esquecimento.
Poeta simbolista, antecipou alguns dos aspectos que o modernismo apresentou. Fernando Pessoa apreciava muito a poesia de Camilo Pessanha.
Deixo este poema:


Violoncelo

Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trêmulos astros,
Soidões lacustres...
_ Lemes e mastros...
E os alabastros

Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
_ Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.

Sem comentários:

Enviar um comentário