quarta-feira, 11 de abril de 2012

Duas poesias mais de Amanhecer obscuro:


Eu

 Que vozes desconhecidas
cantam em mim?
Que dedos sombrios
escrevem os meus versos?
Quantas pessoas me habitam?
Só eu me pertenço
e canto nas manhãs obscuras.
De mim apenas se sabe que sou eu.


O verde e o azul do mar e os filósofos franceses

 Verdes as ondas
onde o mar é azul.
O que diria um filósofo francês?
Faria doutrina que é cinzento;
que o mar é pós-moderno.
E nós? Nós os que
não somos franceses, nem philosophes?
Ficamos calados.
No mar habitam o verde e o azul.
O lixo que tem, esse é pós-moderno.

António Eduardo Lico

Sem comentários:

Enviar um comentário