Galardoado com o Prémio Camões em 2009.
Fica este poema:
Graças dou por Bento Spinoza
e também por Mallarmé,
já que ambos, em seu tempo
e seu lugar, viram o que jazia
oculto sob a máscara da Esfinge.
e também por Mallarmé,
já que ambos, em seu tempo
e seu lugar, viram o que jazia
oculto sob a máscara da Esfinge.
Sem se importar mesmo nada
com a maldição lançada pelos
rabinos lá do gueto, um judeu
de olhos meigos como as rolas
percebeu que os rios, o mar
e o firmamento não são meros
algarismos em que o Número
se divide, pelo que se torna
redundante dizer que há Deus e Natureza.
com a maldição lançada pelos
rabinos lá do gueto, um judeu
de olhos meigos como as rolas
percebeu que os rios, o mar
e o firmamento não são meros
algarismos em que o Número
se divide, pelo que se torna
redundante dizer que há Deus e Natureza.
Esse ponto em que o texto como um rio
se desdobra e, nítido, surge o poema,
só se vê num mapa que Mallarmé doou
aos filhos que teve com a Musa.
se desdobra e, nítido, surge o poema,
só se vê num mapa que Mallarmé doou
aos filhos que teve com a Musa.
Sem comentários:
Enviar um comentário