quarta-feira, 4 de abril de 2012

Momento de apresentar Afonso Duarte, nascido em 1884 e falecido em 1958, participa em todas as novidades poéticas e literárias da sua época. Também autor de uma obra pedagógica notável e de repercussão europeia, deixo uma magnífica poesia do autor:


Rosas e Cantigas

Eu hei-de despedir-me desta lida, 
Rosas? - Árvores! hei-de abrir-vos covas 
E deixar-vos ainda quando novas? 
Eu posso lá morrer, terra florida!   

A palavra de adeus é a mais sentida 
Deste meu coração cheio de trovas... 
Só bens me dê o céu! eu tenho provas 
Que não há bem que pague o desta vida. 
  
E os cravos, manjerico, e limonete, 
Oh! que perfume dão às raparigas! 
Que lindos são nos seios do corpete! 

Como és, nuvem dos céus, água do mar, 
Flores que eu trato, rosas e cantigas, 
Cá, do outro mundo, me fareis voltar. 


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